sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
sábado, 2 de maio de 2015
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
A apelação ao direito de opinião como variação da lei de Godein.
A lei de Godein diz que a medida que cresce uma discussão, a
probabilidade de surgir comparação envolvendo Hitler ou o Nazismo, aproxima-se
de 100%. Quando isso ocorre, diz-se que o apelante em geral não possui
argumentos satisfatórios para melhor expor suas razões e que por isso,
geralmente perde o debate.
Uma variante interessante dessa lei, não está relacionada a
Hitler ou ao Nazismo, mas a “questão de
opinião”. Frases como: mas essa é
SUA opinião; essa é MINHA opinião; e outras variações como: Opinião é igual a “xxx”
cada um tem uma, empobrecem o debate e normalmente transformam o apelante em um
derrotado que pensa ter saído vencedor.
É claro que qualquer individuo têm o direito de expressar
sua opinião, mas o simples fato de expressá-la, nada diz sobre a qualidade da
opinião. Normalmente o a questão é colocada como se houvesse um relativismo em
relação a qualquer questão mais complexa e que portanto qualquer opinião é de
todo válida. Mas quando um assunto pode ser mera questão de opinião e quando
não?
Qual é o resultado de se subtrair 4 de 13? 9 diriam os que
prezam a lógica e a boa matemática. Outros poderiam dar outra resposta como 7.
Imagine, se ao ser exposto ao erro a pessoa saísse com essa: 9 é só a sua
opinião!
Há questões, como as de ordem estética que devido a sua
subjetividade resultam numa ausência de hierarquia da opinião. Exemplo: Qual
cor é mais bonita, vermelho ou verde? Qual bebida é mais gostosa, cerveja ou
vinho? Que banda é melhor, Beatles ou Rolling Stones? Quem é mais bonita,
Jéssica Alba ou Scarlett Johansson? Todas essas questões podem ser tratadas como
questão de opinião devido a sua subjetividade.
Há, entretanto questões de outra natureza que não podem ser
consideradas como mera questão de opinião. Exemplos dessas questões: Qual a
forma do Planeta Terra? Hoje sabemos com certeza a resposta a essa questão e
qualquer opinião contraria não possui valor. Veja que mesmo no passado, quando
essa questão era controversa, a mesma não poderia ser tratada como mera questão
de opinião, pois há um fato sólido e definitivo, ou se preferir, uma verdade
sobre a natureza da forma do planeta. Outro exemplo seria qualquer problema envolvendo
questões de matemática básica, como ficou claro no exemplo mais acima.
O fato é de que os exemplos dados são questões praticamente dicotômicas.
Há uma serie de questões bem mais complexas e que além de não terem uma
resposta simples como definitiva podem sim, sofrer alterações ao longo do
tempo. Normalmente essas questões envolvem campos da filosofia como a ética e a
política. Apesar disso, as mesmas não devem ser tratadas como mera questão de
opinião. Vamos a alguns exemplos:
No campo da Ética: É lícito ou não possuir outro ser humano
como propriedade?
Há argumentos que podem ser utilizados em favor da
escravidão e de fato foram durante a maior parte da história humana. Há,
entretanto outros tantos argumentos contrários a essa prática. Será que o
debate a esta questão deveria ser reduzida a uma “questão de opinião”. É claro
que não! Apesar de se tratar de uma questão complexa, há meios objetivos de se
alcançar uma resposta.
No campo da Política: Qual o melhor sistema de governo que
já existiu? Assim como no campo da ética, há inúmeras formas objetivas de
chegarmos a uma resposta satisfatória e nenhuma delas está ligada a uma mera
questão de preferência ou opinião.
domingo, 10 de março de 2013
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