À pessoas comuns, o ceticismo é apresentado com um terrível mal a ser evitado. A duvida é tida como sendo filha do diabo. Somos encorajados a crer, a acreditar sem duvidar e sem levantar questionamento algum. Quando aquilo que se ensina é tão esdrúxulo a ponto de causar estranheza até mesmo nos mais simples e incultos dos mortais, então a explicação se faz necessária, e geralmente ela vem como: “isso é um mistério profundo e insondável” ou seja, uma explicação que não explica nada e ao mesmo tempo não deixa duvidas. Quando um evento ocorre, e é dado a crer que sua ocorrência se deu por causa tal, não havendo espírito critico, a idéia pode se desenvolver, criar raízes a ponto de se espalhar como uma gangrena. Há muitos exemplos disso, citando um desses, a homeopatia.
Podemos definir a homeopatia como um sistema terapêutico que consiste no tratamento das doenças com doses infinitésimas de específicos capazes de produzir em pessoa sã efeitos análogos aos sintomas das doenças que se pretende combater. As doses de determinados compostos naturais são tão diluídas, geralmente em água, que chega a ponto de simplesmente não sobrar nem mesmo traços de moléculas do produto inserido. Geralmente os efeitos benéficos com esse tipo de tratamento podem ser atribuídos a: regressões espontâneas, efeito placebo ou ao término natural do período de manifestação da doença. Todo tipo de pesquisa séria feita tem demonstrado a não eficácia da homeopatia. Quando questionados, porém, os defensores desse tipo de tratamento pseudocientifico geralmente se defendem dizendo que embora não tenham como se explicar, o fato é que ele funciona. Esse argumento me faz lembrar como a crendice e a pseudociência pode se espalhar como praga.
Quando criança tinha um sério problema de bronquite. Havia em minha rua duas crianças que tinham o mesmo problema que o meu, e como é comum nesses casos, nossas mães se juntavam para trocar experiências sobre o melhor remédio, melhor tratamento, melhor médico, etc. As crises que tínhamos eram terríveis. Ainda me recordo bem, sempre que havia mudanças no tempo (temperatura, umidade, etc) ou mesmo quando tinha algum tipo de problema emocional (às vezes simplesmente por querer um brinquedo que meus pais não podiam dar) a crise se desencadeava provocando forte problemas de respiração e falta de ar. Geralmente a crise durava em torno de 3 dias, e ocorriam em média de 3 a 4 vezes ao ano.
Muitos eram os tratamentos alternativos tidos como verdadeira panacéia para o mal, a maioria no mínimo curiosa como: benzimentos, chás, misturas de mel, açúcar e estratos vegetais, simpatias. Lembro-me de uma que diziam ser infalível: Você cortava um pequeno cacho de cabelo do doente fazia um furo na parede mais ou menos na altura de 1,50 metro, depositava o cacho de cabelo ali dentro e em seguida cobria o furo com cera de abelha, depois era esperar que quando a criança atingisse a estatura do buraco a bronquite iria desaparecer, era tiro-e-queda! Havia outras crendices ainda mais esdrúxulas, mas certamente não vale a penas relatá-las.
O fato é que minha mãe e as outras tentaram de tudo e nada deu resultado, até que ela desistiu e passamos a conviver com meu problema. Acontece que durante minha adolescência as crises simplesmente desapareceram e nunca mais voltou desde então.
Tenho uma estatura bem mais alta que a maioria (hoje tenho 1,93 m – no começo de minha adolescência já tinha mais que 1,70 m), mas sempre fico imaginando se eu tivesse a altura de 1,50 m durante a adolescência, não tenho duvida que a cura de minha bronquite (apenas uma regressão espontânea é claro, alias muito comum em casos semelhantes) seria creditada à simpatia realizada pela minha mãe. É disso que se abastecem as crendices, quando se tenta de tudo e há uma regressão espontânea, quando passa o período de manifestação da doença, ou mesmo quando se tem o efeito placebo, àquilo que se estava tentando então, quer seja simpatia, remédios caseiros, benzimentos e coisas do gênero passam a serem encarados como os responsáveis pela cura da doença.
Podemos definir a homeopatia como um sistema terapêutico que consiste no tratamento das doenças com doses infinitésimas de específicos capazes de produzir em pessoa sã efeitos análogos aos sintomas das doenças que se pretende combater. As doses de determinados compostos naturais são tão diluídas, geralmente em água, que chega a ponto de simplesmente não sobrar nem mesmo traços de moléculas do produto inserido. Geralmente os efeitos benéficos com esse tipo de tratamento podem ser atribuídos a: regressões espontâneas, efeito placebo ou ao término natural do período de manifestação da doença. Todo tipo de pesquisa séria feita tem demonstrado a não eficácia da homeopatia. Quando questionados, porém, os defensores desse tipo de tratamento pseudocientifico geralmente se defendem dizendo que embora não tenham como se explicar, o fato é que ele funciona. Esse argumento me faz lembrar como a crendice e a pseudociência pode se espalhar como praga.
Quando criança tinha um sério problema de bronquite. Havia em minha rua duas crianças que tinham o mesmo problema que o meu, e como é comum nesses casos, nossas mães se juntavam para trocar experiências sobre o melhor remédio, melhor tratamento, melhor médico, etc. As crises que tínhamos eram terríveis. Ainda me recordo bem, sempre que havia mudanças no tempo (temperatura, umidade, etc) ou mesmo quando tinha algum tipo de problema emocional (às vezes simplesmente por querer um brinquedo que meus pais não podiam dar) a crise se desencadeava provocando forte problemas de respiração e falta de ar. Geralmente a crise durava em torno de 3 dias, e ocorriam em média de 3 a 4 vezes ao ano.
Muitos eram os tratamentos alternativos tidos como verdadeira panacéia para o mal, a maioria no mínimo curiosa como: benzimentos, chás, misturas de mel, açúcar e estratos vegetais, simpatias. Lembro-me de uma que diziam ser infalível: Você cortava um pequeno cacho de cabelo do doente fazia um furo na parede mais ou menos na altura de 1,50 metro, depositava o cacho de cabelo ali dentro e em seguida cobria o furo com cera de abelha, depois era esperar que quando a criança atingisse a estatura do buraco a bronquite iria desaparecer, era tiro-e-queda! Havia outras crendices ainda mais esdrúxulas, mas certamente não vale a penas relatá-las.
O fato é que minha mãe e as outras tentaram de tudo e nada deu resultado, até que ela desistiu e passamos a conviver com meu problema. Acontece que durante minha adolescência as crises simplesmente desapareceram e nunca mais voltou desde então.
Tenho uma estatura bem mais alta que a maioria (hoje tenho 1,93 m – no começo de minha adolescência já tinha mais que 1,70 m), mas sempre fico imaginando se eu tivesse a altura de 1,50 m durante a adolescência, não tenho duvida que a cura de minha bronquite (apenas uma regressão espontânea é claro, alias muito comum em casos semelhantes) seria creditada à simpatia realizada pela minha mãe. É disso que se abastecem as crendices, quando se tenta de tudo e há uma regressão espontânea, quando passa o período de manifestação da doença, ou mesmo quando se tem o efeito placebo, àquilo que se estava tentando então, quer seja simpatia, remédios caseiros, benzimentos e coisas do gênero passam a serem encarados como os responsáveis pela cura da doença.
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